segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Os ensinamentos da Maratona de Chicago 2011

A maratona ainda não está difundida no Brasil. Embora o esporte já seja o sexto mais praticado do país, de acordo com as pesquisas mais recentes, são as curtas distâncias que promovem a sua disseminação em nosso território e não as corridas de longa distância, como ocorre em países onde a prática está mais evoluída.
Apenas para termos uma ideia, a prova de rua mais conhecida no Brasil é a tradicional São Silvestre, que ocorre sempre no dia 31 de dezembro e conta com cerca de 20.000 inscritos. Mesmo grandiosa, a prova é de 15K e fica a 6K de uma meia maratona (21K). Obviamente, o percurso e o horário da largada são ingredientes que deixam-na bem apimentada e dificultosa, mas temos um longo caminho a percorrer se quisermos ver o Brasil reconhecido nesse segmento.
Bem, voltando ao título da nossa matéria, no último domingo, ocorreu a Maratona de Chicago. Uma das 5 principais do mundo (uma das "five majors", juntamente com Boston, New York, Berlim e Londres). Segundo dados oficiais, foram 45.000 inscritos (dos quais 35.628 completaram a prova), numa demonstração da força que o esporte possui nos Estados Unidos. Os aficcionados de fora puderam acompanhar toda a prova pela internet, através da NBC Chicago e ficaram impressionados com a repercussão e audiência da mesma (cerca de 1.7 milhões de pessoas), além da movimentação econômica na ordem de $ 170 milhões gerada pelo evento. É um exemplo salutar do que o esporte pode possilitar em termos de inclusão, visibilidade e renda.
Além da lição de como é possível utilizarmos o esporte como ferramenta de promoção da saúde física, mental e financeira, outras lições importantes puderam ser observadas.
Marilson dos Santos, nosso principal fundista, correu junto com o pelotão de elite (formado basicamente por quenianos e etíopes) até a metade da prova. Seu objetivo era bater o recorde sul-americano pertencente a outro brasileiro (Ronaldo da Costa) e, de quebra, assegurar a vaga para a maratona olímpica de Londres 2012. Infelizmente, acometido por fortes enjoos e dores estomacais, abandonou a prova na altura dos 30K. E olha que pode ter sido a ingestão de líquidos quentes ao longo dos postos de hidratação!
O queniano Mosop, juntamente com a russa Shobukhova, venceram, respectivamente, no masculino e no feminino. Ela pela terceira vez e ele quebrando o recorde da prova (agora emn 2h05m37s). Esperava-se que Mosop pudesse quebrar o atual recorde mundial, mas fatores alheiros ao seu controle (como os climáticos) o impossibilitaram.
Bem, mesmo nós, simples mortais, precisamos ficar atentos aos ensinamentos que podemos colher de tais situações. Podemos ter feito um período exemplar de treinos, podemos aplicar uma dieta bem equilibrada, podemos descansar adequadamente, mas existem fatores alheios a nossa vontade que podem fazer com que deixemos de completar uma prova importante ou mesmo de bater um novo recorde pessoal. Hidratação problemática, bem como condições climáticas adversas merecem toda a nossa atenção e, sendo que, em determinados momentos, é melhor sermos conservadores, terminarmos bem e deixarmos o recorde para uma outra oportunidade. Presença de espírito e uma boa dose de consciência vão muito bem. Vamos correndo! 

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